dezembro 21, 2008

Era uma vez num shopping…

Odeio shoppings, centros comerciais e toda a espécie de grandes superfícies comerciais. No entanto, não consigo não os frequentar. Quanto mais não seja para ir ao supermercado. E porque se escolhermos bem o spot nos vamos sentir as mais bonitas, as mais bem vestidas, as mais discretas, as mais educadas e comportadas e seguramente, as que riem mais (e melhor) de tudo e todos.

Não é presunção da minha parte. É a verdade. Pura e dura. Ele há material do bom, num centro comercial.

Senão vejamos, p.e., aquelas famílias inteiras que fazem das compras de fim-de-semana a desculpa perfeita para passearem de fato de treino impermeável. Daqueles com nuances florescentes ou com o emblema de Portugal nas costas. Daqueles que fazem ‘chlec chlec’ com o roçar de braços e pernas. Quem nunca parou para comentar e rir (ainda que sozinho) ou é distraído ou mentiroso.

Sem esquecer também aqueles espécimes que se deslocam em bandos de nunca menos de 10 (são efectivamente mais que as mães), se armam em engraçadinhos, são mal educados, barulhentos, peneirentos e que dão vontade de esbofetear cada vez que nos tocam ou pisam e nos viram costas sem pedir desculpa. Até por bem menos, diga-se. Sim, as manadas de adolescentes sub-14. Esses mesmos.

Mas há mais.
Descobri há dias uma nova (?) espécie que frequenta shoppings à hora de almoço. No meio da confusão de tabuleiros, eis que surge uma cidadã a analisar o cenário e a vasculhar a carteira. Pelo ar tresloucado da mulher, ainda me ocorreu ‘vai sacar de uma arma e desatar aos tiros. Logo hoje que fui arrastada para aqui…’. Mas em vez disso, puxou de uma ‘saca’ de plástico do Continente, dirigiu-se ao caixote do lixo, pegou num guardanapo usado (sabe-se lá por quem e sabe Deus para que efeito) e com ele, vai de varrer todos os ossos e restos de comida que encontrou pela frente para dentro da dita ‘saca’. Para o ‘canito’, presumo eu. Feita a limpeza, toca de atar as asas, enfiar o almoço dentro da carteira e apertar a carteira contra o peito – não fosse a senhora que recolhe os tabuleiros, dar fé da situação e arranjar ali alguma inquietação. Pelo caminho, ainda deitou um olho à minha sopa mas lá reparou que a coisa ainda ia demorar. Quem deu conta do que se passou, ficou ligeiramente indisposto e, vá… enojado.

Eu fiquei a fazer filmes mentais com as chaves, o telemóvel e o porta-moedas da personagem em questão a boiarem na ‘lavagem’ de puré, hambúrguer, pizza, meia entremeada e ossinhos de frango da Guia dentro daquela carteira.

E até era uma carteira das boas.

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