julho 29, 2010

Está quentinho, está....


"(...) segundo a Organização Meteorológica Mundial, considera-se que ocorre uma onda de calor quando num intervalo de pelo menos 6 dias consecutivos, a temperatura máxima diária é superior em 5ºC ao valor médio diário no período de referência. (...)"

(in meteo.pt, Instituto de Meteorologia)

A OMM pode considerar: há pelo menos 6 dias consecutivos (ou mais), que isto anda quentinho! E se a OMM puder fazer alguma coisa, que desligue o 'aquecedor'. Se faz favor.

Como?!

Das duas, três: ou eu ando realmente com muito mau aspecto ou o velho piropo ‘ó boa! Ó grossa!’ já não rende como antigamente.

A verdade é que fui ‘perseguida’ por um senhor (com idade para ter algum juízo) na rua que durante os 5 minutos que caminhou atrás de mim, atirou-me com um ‘ciganinha bonita… és tão linda!’ (seguido dos beijinhos repenicados). E repetiu aquilo até o perder de vista e ouvido.

Honestamente, não me incomodam as ‘pérolas’ cuspidas das carrinhas de serventes de pedreiros ou as ‘bujardas’ do pessoal das minis na esplanada (ó fofa! Não sabia que as bonecas andavam! Não deves ter filhas ou sobrinhas: hoje em dia há bonecas que fazem tudo,’fofo’!). Pelo contrário: acho que quem se dá ao trabalho de abrandar, parar, assobiar, apitar ou se debruçar sobre a janela de um veículo em movimento merece alguma consideração – quanto mais não seja, pelos riscos que correm. Nomeadamente de se aleijarem.

E porque mal ou bem, só faz bem ao ego de uma mulher. Afinal, se eles se dão ao trabalho de nos chamar à atenção, é porque realmente merecemos, porra! (se fosse um tipo engravatado num grande carro, com muito bom aspecto e bem na vida, não nos incomodaria. Certo?!)

Agora, o ‘ciganinha’ é que me deixou perturbada.

Estou mesmo a precisar de férias....

julho 27, 2010

Esperteza saloia

Vamos lá ver se a gente se entende de uma vez por todas, para não ter que tomar medidas drásticas e arranjar uma inquietação com a vizinhança (que já por si, tem muito que se lhe diga!).
Porque se há coisa que me dá cabo dos nervos é o “chico espertismo” e a “esperteza saloia” dos meus vizinhos começa a tirar-me do sério.

A saber: os parqueamentos dentro de prédio não são para ocupar só porque sim. Só porque apetece.

As pessoas pagam-nos para poderem estacionar o seu automóvel. Boa?!

E se há dezenas deles no prédio fechados a correntes e cadeados, o que está temporariamente aberto não é um convite – repito: NÃO É UM CONVITE a “podem açambarcar-se deste lugar que está vago e à vossa espera! Fiquem o tempo que quiserem que isto é do povo!!!”

Pela segunda vez, deixo o aviso (desta vez ao dono do Opel Corsa): se querem, pagam! 50/50 e até podemos combinar um sistema de rotatividade para agradar a ‘gregos e troianos’.

Se não quiserem pagar o dito lugar, começam a pagar-me o seguro do carro para que eu o possa deixar na rua e acordar com ele assente em 4 tijolos e sem o rádio, peças de motor e afins. Como preferirem.

De borla e pelas costas, é que não.

Deus me dê paciência. Porque se me dá forças, isto vai dar em pancada.

Pela primeira vez….

… senti realmente medo da morte. Aquele medo de nunca a mais ver. De não ter nem mais um segundo para lhe dizer quanto a amo e tenho orgulho dela. De lhe agradecer. De lhe pedir perdão por a ter feito chorar.

Percebi finalmente o que a morte nos pode tirar. E que ela, sim é definitiva. E para sempre, é muito tempo.

Mas o ‘para sempre’ ainda vai ter de esperar.

Percebi também, mãe, que a tua força é infinita e que tu consegues tudo. E tens muito ainda pelo que viver. Que nada nem ninguém te derruba assim tão facilmente.


Obrigada por continuares a existir.


“Deus não podia estar em todo o lado ao mesmo tempo, e por isso criou as mães.”
(George Washington)

julho 16, 2010

Faz sentido...

"Ever notice how many of women's problems can be traced to the male gender ?
MENstruation,
MENopause,
MENtal breakdown,
GUYnecology,
HIMmorrhoids..."

Faz sentido.

julho 15, 2010

Corte e costura

Por força das circunstâncias – e porque encasquetei com um vestido e não descanso enquanto não arranjar um minimamente parecido – ando por estes dias a descobrir o maravilhoso mundo do ‘corte e costura’.

Confrontada com a impossibilidade de arranjarem o tal vestido num tamanho humanamente possível (para gente com mais de 65kgs) e recomendada por quem percebe da coisa [obrigada, miúda!], lá fui ter com uma profissional da ‘agulha e do dedal’. Até aqui, tudo a correr bem.

O pior foi quando a costureira me enviou numa (vim eu a saber depois) perigosa missão: ir à loja dos tecidos e à retrosaria. Demorei 5 minutos a encontrar o tecido que queria, a cor que procurava e a pagar a mercadoria.

A retrosaria é que deu cabo de mim. E tive medo. Muito.

Nunca estive num campo de batalha, mas desconfio que qualquer trincheira é bem mais calma que um grupo de mulheres a comprar botões. Estava aliás, longe de imaginar que 50cm de elástico (do mai fininho) e dois colchetes degenerassem em violência verbal, quase física (queres ir lá para fora, queres?! Hum?! Vê lá se queres que te cosa a boca, ó sua….mal educada…...!). [quem fala assim, tem claramente educação e respeito pelos outros, para dar e vender!]

O meu pânico não foi, nem de longe nem de perto menor, quando uma tal Alzira Melo furou uma fila de 10 pessoas e se encostou ao balcão a rosnar entre dentes “arrialmente, quem paga adiantado é mal servido! Tssssss….. Só cá vim levantar uma alça de uma carteira que comprei ontem e que já está pronta de certeza absoluta e que já está paga, que eu comprei-a ontem. Está em nome de Alzira Melo. Mas isto arrialmente quem paga adiantado é mal servido….. É uma bergonha! Ai que vida!”. Foi obviamente ignorada - o que não a demoveu de falar sozinha até chegar à vez dela (gentilmente cedida por mim, que me afastei o mais que pude da Alzira porque estava a ver que sobrava para os meus lados e ainda acabava estrafegada com a tal “alça da carteira que já está pronta e paga desde ontem!”)

Admiro a paciência e sobretudo a coragem das empregadas daquele balcão. Têm todo o meu respeito. Quase beijei e abracei a senhora que me atendeu. Não lhes gabo nem um bocadinho a sorte de vender carrinhos de linha e fechos éclaires (dos de 18cm, ‘tá claro! São os melhores, segundo aprendi hoje) à hora de almoço – hora de ponta numa retrosaria – e terem ainda a bravura e a audácia de anunciarem àquele público inquieto: “há que ter calma e aguardar pela vez, segundo a ordem de chegada. Com calma, paciência e educação tudo se faz! Um bocadinho mais de compreensão que somos poucas deste lado!”

(isto enquanto empurram delicadamente para fora do balcão uma ou outra freguesa mais impaciente que só quer um "feichinho para o biquini. É coisa pouca. Eu procuro, deixe estar!" Vi eu. Pois que vi.)

As empregadas daquele estabelecimento deviam estar armadas até aos dentes e ter aulas de defesa pessoal. E protegidas com guarda-costas e seguranças. E um valente seguro de vida/saúde.

Aquilo é a guerra. E mete realmente medo.

julho 14, 2010

Há dias assim….

“Não fazemos aquilo que queremos e, no entanto, somos responsáveis por aquilo que somos.”
(Jean-Paul Sartre)

Há dias em que apetece bater com a porta, mandar o patrão à fava e correr os colegas à bofetada. Dias em que se perde o apetite e se dorme com o trabalho. Dias em que a sanidade mental está por um fio e os nervos em frangalhos. Dias em que nos sentimos esgotadas, aturdidas, incompreendidas, mal pagas.

E depois há dias assim.

Dias bestiais que mudam em apenas 5 minutos. E todo o esforço, sacrifício e loucura são absolutamente compensados.

Assim vale a pena.

julho 13, 2010

I can't get no sleep...

Insomnia please release me and let me dream (…)"

(Faithless, Insomnia)



19h, chegada a casa.

20h15, jantar e telejornal.

22h10, primeira babadela no sofá depois de ter passado pelas brasas uma boa meia-horinha.

22h30, início de uma série na Fox.

00h55, sprint para a cama que ‘amanhã é dia de trabalho… ai meu Deus, ai meu Deus que é tão tarde’.

01h. 01h15. 01h20, ‘mas que raio….?! Porque não consigo dormir?! Não tarda, toca o despertador.’

01h22, ‘vai… fecha os olhos e sossega, Laura Vanessa. Shhhhhh!’

01h24, ‘la la la la…. la la la la…. Magniiiiiiificient!!!!! La la…. Mas eu estarei boa da cabeça?! A evocar U2 a uma hora destas????? Cala-te e dorme!’ (reboladela na cama)

01h27, a vizinha de cima toma um banhinho antes de ir para a cama. E anda pela casa de saltos altos. ‘Mas que m***?! Não há chinelos nessa casa??? Pareces um cavalo, mulher estúpida!!!!!’

01h41, cenas e pessoas e filmes e coisas que passam pela cabeça. ‘Laura, Laurinha não sejas parva! Orienta-te na vida.’ (viragem para o outro lado) 'Hum... hum... hum.... amanhã, volto a fazer dieta! Estou gorda!' (mais uma viragem) 'Devia comprar tinta para o cabelo.... esta já está a sair!'.....

01h45, 3 minutos dormidos e já a sonhar com coisas parvas e com as pessoas em geral (uma ou outra em particular)…. Nervos.

01h46, chichizinho da vizinha. ‘Vai dormir, tu também, ó……. criatura!’

01h52, calor. Tirar a t-shirt e o lençol. E vai de fazer contas à vida: ‘ora bem, a prestação do cartão de crédito.... ainda preciso de ir às compras..… mais o casamento no final do mês…….. 3× 9=27 e vão 5… hum hum hum….. porra, estou na miséria! Agora é que não durmo mesmo!..... Mas espera lá, o Y ainda me deve dinheiro…. Amanhã ligo-lhe!’

02h, frio. Puxar o lençol. (a vizinha ainda anda acordada. Raios partam a vizinhança que não ajuda em nada!!!)

02h02, nada. Esperta e despertíssima da silva. E… ups, cá estão eles e elas. Outra vez, as pessoas em geral e em particular a rondarem-me os pensamentos. ‘Ai a minha vida a andar para trás! Se ao menos dormisse…..’

02h07, ler. Ler na cama dá sono. E a cabeça sempre está ocupada.

02h37, o livro está a terminar e por isso, está cada vez mais emocionante e entusiasmante. ‘Não vou parar agora! É tarde, mas isto está cada vez melhor…..’

03h26, livro – 1. Sono – 0.

04h19, ‘snif snif….. que grande final! Lindo! Deviam fazer um filme disto…. Snif snif! Arrepiante!’


04h20, ‘calhando já dormias, não?!’

……

07h45, toca o despertador.

07h50, o despertador volta a tocar.

07h55, 'outra vez??? A m*** do despertador está aqui, está colado à parede.'

08h, última chamada do despertador. ‘WTF?!?!?! Jááááááá??????? C%*$%$# ME F&$%#$!!!!! P*#%? QUE PARIU!!!!! TENHO SONO!!!!!!!!! DEIXEM-ME DORMIR!!!’

julho 12, 2010

Olhem-me esse animal....!!

Os alemães têm o (já) famoso Paul, o polvo.

Eu tive, entretanto, um gato debaixo do carro. Literalmente. O bicho lá se encaixou algures no motor, miou penosa e desalmadamente e pregou-me um susto do catano – além de me ter obrigado a ajoelhar no meio da estrada e a encostar o nariz às jantes, enquanto gritava ‘biiiiiicho, bichiiiiiiinhooooooo… anda cá, bicho! Bchhhhh, bchhhhh, bchhhhhhh!’.

Agora que penso melhor… querem lá ver que ele estava a tentar dizer-me alguma coisa?!

Querem lá ver que ele sabia a chave do Euromilhões?!

Sexy Beach

Uma semana de férias, 3 dias de praia (que frequento com o objectivo de estar longe de todos, sossegada e em paz para poder pôr a leitura em dia) e tudo se resume… a sexo.

Honestamente, não sou nada pudica e orgulho-me de ser uma open mind em condições. Mas há limites. E também deveria haver respeito. Até porque um bocadinho de decoro nunca fez mal a ninguém. Isto para dizer que, se quiser ver ‘jovens inconscientes’ a copularem a céu aberto (e se eles copulavam com vontade e genica!!), no meio do areal, praticamente debaixo do meu chapéu (com tantos quilómetros de costa, tinha meeeeesmo de ser ali) - alugo um filme. Ou faço um em casa, dentro de 4 paredes, na intimidade como se quer. Ora.

Também acho que gente que ‘ensina’ técnicas de masturbação ao vivo, a cores e no meio de uma colónia de férias com miúdos com menos de 1m de altura, é gente… vá, parva. E namorada que se sujeita a tal espectáculo, é outra. E cheira-me que a criançada chegou a casa com dúvidas e questões muito pertinentes e que os respectivos pais, já trocaram de ATL.

Não tenho idade nem estofo para isto.
E não volto aquelas praias.

julho 02, 2010

Janela Indiscreta




Janela Indiscreta (Rear Window, 1954)
Origem: Estados Unidos
Género: Suspense, Thriller
Duração: 112m
Realização: Alfred Hitchcock
Interpretação: Grace Kelly , James Stewart, Wendell Corey

Quando o fotógrafo profissional Jeff Jeffries se vê obrigado a permanecer numa cadeira de rodas, com uma perna partida, nasce nele uma obsessão pela observação dos dramas privados dos seus vizinhos do outro lado do pátio. Certa vez, assiste a acontecimentos que lhe levam a suspeitar da ocorrência de uma morte e pede à sua namorada e à sua enfermeira para investigarem o caso...



Janela Indiscreta (2010)
Origem: Portugal
Género: Nervos!!
Duração: Todos os dias, a qualquer hora
Realização: Laura
Interpretação: Laura, o Palerma, o Parvinho e o Amigo

Cada vez que a Laura abre as janelas de manhã para ver como está o tempo, vai à varanda estender a roupa ou vai apanhar a aragem nocturna, leva com os vizinhos do prédio da frente. Claro que a Laura não é nenhuma Grace Kelly mas os ‘mirones’ também não são nenhum James Stewart ou Wendell Corey! Pelo contrário: são dois cromos que passam a vida agarradinhos ao computador e que só levantam a cabeça e o rabo da cadeira e emitem sons (como tossir, rir alto ou assobiar) cada vez que a Laura se movimenta no seu T0. Por vezes, junta-se a eles uma outra criatura que deve fumar 4 cigarros seguidos cá fora, em menos de 10 minutos, só para justificar o facto de estar ali especado.

Se aquilo fosse gente para entabular uma conversa simpática e engraçada, a Laura até era rapariga para alinhar na brincadeira e daqui a uns tempos, estavam todos a fazer uma sardinhada no meio da rua. Mas a Laura gosta pouco de gente parvinha e anda-se a passar. Um dia destes ou dá um show de streep (e ainda convida umas amigas, nomeadamente as que têm silicone) e deixa os moços de tal maneira envergonhados que nunca mais abrem as janelas ou chama aquele amigo grande e tatuado, que impõe muito respeitinho ao longe e muita 'cagufa' ao perto (mas que é um amor de pessoa)...
Um filme com um final inesperado, carregadinho de nervos e de mistério, em exibição no 'A Minha Vida Não Me Chega!'.

julho 01, 2010

Love my neighbors!

Depois de vários anos a viver naquele prédio/bairro e depois de já ter sobrevivido, visto e ultrapassado TUDO o que é possível e impossível, há claramente gente nova no pedaço.

Gente que, na primeira oportunidade, me rouba o parqueamento do prédio. (Olha… tantos lugares fechados e este aqui, aberto e livre! Deve estar mesmo à nossa espera!) Que por acaso, é coisa que me custa dinheiro todos os meses. E pelos vistos, inquietações a partir de hoje.

Portanto, se os proprietários do Audi quiserem alinhar, pagam-me o dito lugar e eu deixo o meu Clio ao ‘Deus dará’ para correr o risco de voltar a ser assaltado. É na boa. Ou podemos até combinar um sistemazinho de rotatividade. Qualquer coisa, para que o Audi não fique ao relento. Até porque é um bom carro. Melhor que o meu, obviamente.

De borla, é que não.

Por isso, caros vizinhos, e como deverão compreender, a partir de agora têm de se chegar à frente com o guito. 50/50 e não se fala mais nisso.

Para o caso de passarem dificuldades e terem receio de que o vosso Audi sofra algum acidente ou mazela, aviso já que a vizinha do 3º andar costuma deixar a garagem aberta. Escancarada. E só chega a casa por volta das 19h.

Ela é simpática. Não me parece que se importe.