março 14, 2009

O fim


Um mês. Exactamente um mês depois, no dia do aniversário do astrónomo italiano Giovanni Virginio Schiaparelli (as cenas que se descobrem no Google, oh pá!) e o balanço é… no mínimo, vá… miserável. O prognóstico é desconhecido. O diagnóstico, incerto.

É dia 14 de Março e eu podia estar animadíssima e a gozar este dia absolutamente fantástico. Podia estar a derreter ao sol. Podia ter ido fazer uma daquelas caminhadas à beira-rio ligada ao mp3 ou ir tomar o pequeno almoço à baixa com um livro/jornal debaixo do braço armada em intelectual. Podia eventualmente, ter-me feito à estrada e ir visitar os meus sobrinhos.

Em vez disso, estou em casa porque estou surda. Entupida, mais uma vez, em antibióticos. Proibida pelo médico de apanhar sol ou correntes de ar. A sangrar por todas as cavidades do meu corpo, excepto pelos olhos.

À pergunta 'o que raio me falta acontecer mais?', a resposta é 'uma otite.' Mas não é uma otite qualquer – não. Nada disso. É uma otite que me levou, outra vez, de urgência ao hospital (já começo a ser conhecida no meio) e que me fez sangrar dos ouvidos. E posteriormente do nariz e da boca. As dores começaram terça-feira de manhã. À hora do almoço encharquei-me em analgésicos. A meio da tarde, toca de embrulhar mais uns comprimidos e de pôr umas gotas. Ao início da noite, foi quando dei em chorar desesperadamente com dores e em pânico por ver que havia sangue a escorrer-me pela cara, vindo dos meus ouvidos. Cena à filme, portanto.

Feliz ou infelizmente, quem entra no hospital ensanguentado e aos gritos é logo atendido. A otorrino explicou-me que devido à constipaçãozeca que tinha apanhado, o ranho acumulou-se nos ouvidos (que imagem bonita, hein?!). Provocou-me uma otite. Otite essa que me perfurou o tímpano esquerdo. [enquanto isto, o meu Sporting estava a levar 7 na pá… Uh-uh!!!] De maneiras que estou realmente surda. Pelo menos (e espero que sim), temporariamente. E a tomar uma nova dose de químicos. Claro.

Além disso, estou falida à conta das despesas de farmácia. Estou cansada de tanto hospital e médico. Estou sem defesas e com o meu sistema imunitário à beira do colapso. Estou exausta por passar noites em branco, sem dormir e tantas vezes com dores e nunca ter deixado de trabalhar. Estou em dívida para com os meus amigos e familiares que têm apanhado secas descomunais em urgências hospitalares, se têm preocupado e me têm acompanhado a toda a hora e instante.

Estou fartinha de tanto azar em tão pouco tempo.

Acho que estou realmente doente. E estou a preparar-me psicologicamente para enfrentar uma série de exames e análises para acabar de vez com este ‘circo mariano’.

Mas acima de tudo, estou viva. E se a minha vida não me chegava, agora sobra-me. Tenho material para dar e vender.

Ah! E finalmente, parou de chover.

6 comentários:

  1. F%$&#-&%!!! (assim de repente, é a primeira coisa que me apetece dizer...)
    Espero que melhores rapidamente, a sério, porque não é possível acontecer mais nada de mau, porra, já chega!
    Um beijo enorme

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  2. Ó Laurinha!

    Eu já andava aqui em cuidados por teres deixado de escrever. Não sabia se tinhas emigrado para um lugar sem Internet, se te tinhas fartado do blogue ou que caraças te tinha acontecido.

    Chiça... acabei agora de ler as tuas desventuras e só te posso dizer que embora não tenha sentido metade do que tu sentiste, também já tive dias bem difíceis à conta da merda do útero, dos ovários, das trompas e de sei lá mais o quê que há aqui para baixo. Não tive nenhuma ferida, mas tenho endometriose, e deixa-me que te diga... é do caraças.

    Espero que consigas ir melhorando e que não te falte a coragem...

    Um beijo muito grande! E quando a tua vida for de mais para ti, dá-me uma apitadela, que eu não me importo de te ouvir se isso te aliviar a carga!

    Beijos!
    ;)

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  3. "Calhando" ligavas ao House...é que isso já começa a ser um exagero de sintomas (sim, eu sei dessas coisas porque papei uma temporada inteira da série em 2 dias).
    Vá, que isso de andares surda e apagada não combina nada contigo!! E confesso que também começo a ficar preocupada...

    Beijocas e vê lá se melhoras

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  4. Porra rapariga... tens andado mesmo mal. E uma gaja se não vier aqui leriii, não sabe de nada. Raios parta a p*** da tua sorte...
    As melhoras e se precisares de alguma coisa, avisa... Dou aí um salto.
    Beijito e vê se é agora que ficas bem.
    Anabela Veloso

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  5. Bolas!! Não fazes as coisas por menos rapariga...Bem, isso não há-de ser nada. Se precisares de alguma coisa avisa...

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  6. É por essas (dá muita despesa) e por outras (nací com algo pendurado) que nunca me deu para ter úteros e assim...

    Beijo Apoc4líptico
    Pedro

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Não tens vida, pois não?!